Tive um dia uma amiga, uma grande amiga. Conhecemo-nos éramos ainda crianças, e desde logo nos entendemos às mil maravilhas. Lembro-me ainda do primeiro dia, da primeira conversa. Consigo ainda indicar o local, as posições, as palavras que foram trocadas. A minha primeira grande amiga...
Os anos passaram e crescemos juntas, compartilhando bons e maus momentos. E em todos estivémos lá uma para a outra. As nossas almas passaram por invernos e verões, por lágrimas e risos. E nós continuámos juntas.
Houve zangas, houve reconciliações. Senti-me traída, humilhada, deixada de parte. Senti-me usada. Mas a amizade que eu sentia era maior e mais forte do que isso, e consegui sempre por esses maus momentos para trás das costas. E assim foi...
Estive presente em alguns dos piores momentos da vida dela, tal como ela esteve presente em alguns dos meus. Apoiámo-nos mutuamente, demos força uma à outra. Conseguimos sempre fazer a outra pensar que depois de qualquer fria noite de inverno havia sempre uma promessa de luminosas e quentes manhãs de verão...
Passaram dez anos e quatro meses. E a amizade que julgámos eterna, que prometemos continuar nos nossos filhos, acabou. Não vou atribuir culpas, porque quando uma amizade acaba a culpa nunca é unilateral... Talvez ela tenha razão. Talvez eu seja arrogante, intolerante. Talvez eu despreze toda a gente e não saiba aceitar as opiniões dos outros, respeitar a sua liberdade. Sim, talvez ela tenha razão. Da minha parte, sei que sou por vezes realmente muito bruta. Sei que sou susceptível. Sei que sou orgulhosa. Sei que tenho realmente muitos defeitos... E sei também que tenho algumas qualidades. Entre elas encontra-se a capacidade de perdoar a um amigo, mesmo quando me fere e rasga no mais fundo de mim mesma. E a capacidade, julgo, de entender que as pessoas crescem e que se transformam. E de saber respeitar isso, de não o encarar como impeditivo a uma amizade... Mas talvez eu esteja errada e não seja assim. Talvez no fundo o meu maior erro seja amar e entregar-me de corpo e alma quando amo... Amor com letra maiúscula, amor-philia, não só amor-eros. Talvez seja realmente esse o meu erro, o erro que já me custou muitas lágrimas e muita dor. Mas isso é algo que não posso, não consigo alterar, por muito que já tenha tentado...
Talvez um dia as feridas mútuas sarem e a amizade volte. Talvez sim, talvez não. O Futuro pertence ao Destino, não a mim. E mesmo que me pertencesse, não o quereria ler. Mas enquanto espero que o Futuro revele se esse dia chegará ou não, vou guardar no meu coração a lembrança de uma amizade bela e fiel, vou esquecer as memórias de todos os momentos maus. E vou saber apenas que esta amizade será para sempre uma das mais belas recordações da minha vida.
Os anos passaram e crescemos juntas, compartilhando bons e maus momentos. E em todos estivémos lá uma para a outra. As nossas almas passaram por invernos e verões, por lágrimas e risos. E nós continuámos juntas.
Houve zangas, houve reconciliações. Senti-me traída, humilhada, deixada de parte. Senti-me usada. Mas a amizade que eu sentia era maior e mais forte do que isso, e consegui sempre por esses maus momentos para trás das costas. E assim foi...
Estive presente em alguns dos piores momentos da vida dela, tal como ela esteve presente em alguns dos meus. Apoiámo-nos mutuamente, demos força uma à outra. Conseguimos sempre fazer a outra pensar que depois de qualquer fria noite de inverno havia sempre uma promessa de luminosas e quentes manhãs de verão...
Passaram dez anos e quatro meses. E a amizade que julgámos eterna, que prometemos continuar nos nossos filhos, acabou. Não vou atribuir culpas, porque quando uma amizade acaba a culpa nunca é unilateral... Talvez ela tenha razão. Talvez eu seja arrogante, intolerante. Talvez eu despreze toda a gente e não saiba aceitar as opiniões dos outros, respeitar a sua liberdade. Sim, talvez ela tenha razão. Da minha parte, sei que sou por vezes realmente muito bruta. Sei que sou susceptível. Sei que sou orgulhosa. Sei que tenho realmente muitos defeitos... E sei também que tenho algumas qualidades. Entre elas encontra-se a capacidade de perdoar a um amigo, mesmo quando me fere e rasga no mais fundo de mim mesma. E a capacidade, julgo, de entender que as pessoas crescem e que se transformam. E de saber respeitar isso, de não o encarar como impeditivo a uma amizade... Mas talvez eu esteja errada e não seja assim. Talvez no fundo o meu maior erro seja amar e entregar-me de corpo e alma quando amo... Amor com letra maiúscula, amor-philia, não só amor-eros. Talvez seja realmente esse o meu erro, o erro que já me custou muitas lágrimas e muita dor. Mas isso é algo que não posso, não consigo alterar, por muito que já tenha tentado...
Talvez um dia as feridas mútuas sarem e a amizade volte. Talvez sim, talvez não. O Futuro pertence ao Destino, não a mim. E mesmo que me pertencesse, não o quereria ler. Mas enquanto espero que o Futuro revele se esse dia chegará ou não, vou guardar no meu coração a lembrança de uma amizade bela e fiel, vou esquecer as memórias de todos os momentos maus. E vou saber apenas que esta amizade será para sempre uma das mais belas recordações da minha vida.
Goodbye, Lúthien. Beyond all the sadness, beyond the time and the space, I will not forget you. I will keep your memory forever in my heart. I'll stay with you...
1 comentário:
vais ver q tudo vai voltar como era de antes :o)
uma amizade assim nao deixa de existir :o) basta que uma de voces tenha a iniciativa :o)
bjinho
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