30 abril 2005

A pensar em ti...

Estou aqui, sentada em frente ao monitor. Sozinha nesta casa vazia. A pensar em ti.
Há minutos, lia os teus textos. Procurava neles a tua presença, inebriava-me com a música das tuas palavras. E, lentamente, lágrimas corriam-me pelas faces, aquelas lágrimas que tu já proibiste mas que eu não consigo conter nem dominar, as lágrimas que me enevoam a visão e que, deslizando, formam manchas nas minhas calças, manchas que eu olho quase espantada.
Lágrimas absurdas, talvez... Lágrimas pela tua ausência, lágrimas de saudade por quem vi ontem, por quem verei daqui a uns dias. Mas isso é tempo demais, só te tenho a ti, dói demais cada segundo que passamos separados, cada segundo em que não posso olhar-te, inebriar-me com o teu olhar onde leio amor, com as palavras que me sussurras em voz doce como só tu tens, com a força e a segurança dos teus braços à minha volta, a prenderem-me como se fosse o bem mais precioso do mundo...
É, dói. Dói muito, dói demais. E eu não consigo controlar este sofrimento. Eu, que sempre mandei naquilo que sinto, não o consigo agora fazer. Porque quando entraste na minha vida mudaste tudo, e eu por ti e para ti aboli muralhas, distâncias ou protecções. Eu sou tu e tu és eu, e isso é maravilhoso... e também doloroso, muito doloroso.
Amo-te. E enquanto repito isto para mim própria, mais uma lágrima corre, e se junta às outras que caem pelas minhas faces. E eu mordo os lábios, reconhecendo o arrepio que me percorre, o mesmo de sempre, o mesmo de cada vez que choro enquanto escrevo, o mesmo de cada vez que as palavras saem humedecidas de mim por virem de tão fundo no meu coração, por virem de um sentimento que é maior que tudo e todos, por virem do sofrimento, do sofrimento em que pareço estar a tornar-me perita...
Quando me leres vais-te preocupar, bem sei. Vais ficar triste por me saberes uma vez mais a sofrer, vais sofrer comigo embora longe, tão longe de mim. E eu sei isso, mas não consigo impedir-me de escrever... Porque preciso, porque preciso de tentar exorcisar esta dor maior que o universo, e a escrita é o meu refúgio de sempre, o refúgio de quando ainda não tinha os teus braços para me acolherem, os teus lábios para me beberem as lágrimas, o refúgio de quando esses braços e esses lábios estão longe, oh!, tão longe. Se não geograficamente, pelo menos emocionalmente. Porque quando se ama e se sofre uma ausência, até dois metros é uma distância insuportável...
Não posso continuar. As lágrimas não param, hoje nem isto resulta. Tenho de as deixar correr. É isso que vou fazer.
Sempre, sempre a pensar em ti...

3 comentários:

Sianna disse...

E é a este conjunto de sentimentos que chamamos amor..esse belo sentimento que no início nos faz renascer as esperanças que pensavamos perdidas, nos faz ver luz em todo o nosso caminho...mas que depressa se mistura com a dor...quando começa esta dor?axo k nca ninguém se apercebe, mas acaba por ser tão natural quanto a força com que o nosso coração bate simplesmente ao lembrar o belo sorriso daquela pessoa tão especial...keremos protegê-la, keremos acolhê-la no nosso mundo...keremos simplesmente amar..ms surgem sempre obstáculos que nos provocam as tão dolorosas lágrimas..por vezes bastam uns segundos longe do nosso amado, uns metros de distância, uma duvida que possa crescer, uma certeza que keremos sempre gritar, e que por vezes ele não está lá para a ouvir: a certeza de amar...
O texto é lindo..tentei fazer um comment decente, mas axo k me dispersei 1 bcd em cada ponto e não me fokei em nada...enfim, continua o bom trabalho;) vou passando pa comentar.

Daniel Cardoso disse...

Nestas alturas fico tão perdido, sem saber exactamente o que fazer. Tento ser forte para ti, mas nem isso parece resultar...

Anónimo disse...

Compreendo tão bem o que queres dizer e o que sentes linda...

Yolanda