06 junho 2005

Adeus

Para quem me conhece e pode ter notado bastante realidade nos meus últimos posts, quero apenas informar que este é pura e simples ficção...

Escuro à minha volta... Noite... Medo... Solidão...
Afasto-me de todos, inclusive de quem me ama...
Porquê?
Porque tenho medo... Pura e simplesmente tenho medo...
Começa a chover. Chove com força, uma chuva quase torrencial que reflecte tão bem aquilo que sinto!
Tenho medo... Medo de ficar só uma vez mais, medo de perder aquela pessoa que iluminou o meu mundo...
E, não o confesso a ninguém, mas... ciúme, tenho ciúme. Ciúme de quem está tão perto dele, tão mais perto do que eu estou, ciúme de quem recebe em si o fogo do seu olhar cobiçoso, cheio de desejo... Ciúme de quem recebe no seu o corpo dele, o corpo doce, suave e forte que faz magia acontecer...
E hoje, hoje ele devia estar aqui... Porque não estará? Terá mesmo ficado a trabalhar? Ou será que foi ter com aquela sua nova paixão, aquela que os seus olhos seguem, mesmo quando eu estou presente?
Ele não ficaria contente, se me ouvisse a chamar-lhe paixão... Chama-lhes caprichos, arrebatamentos, nunca paixões. Mas chame-lhes ele o que quiser, o meu medo é o mesmo...

Chega. Hoje decidi que já chega!!
Adeus. Chegou a hora de lhe dizer adeus. Esta está a atrai-lo bem mais do que é costume, eu sinto. E eu sempre lhe disse que não aceito partilhar-lhe o coração!
Chega.
Adeus.
Não me mereces.
Durante três anos foste de outras vezes demais, quiseste outras vezes demais. E se eu sempre aceitei, sabendo que por muito que o teu corpo passeasse era a mim que a tua alma voltava sempre, como pássaro voltando ao ninho, agora não aceito mais.
Chega.
Cansei-me. Cansei-me de sofrer, cansei-me de te partilhar.
Chega.
Adeus.


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