Ela estava caída no chão.
O seu vestido, o seu belo vestido branco, estava esfarrapado, sujo de sangue.
O seu cabelo negro caía-lhe sobre o corpo em farripas baças e oleosas.
Os seus olhos verdes, mais verdes do que nunca, estavam profundamente enterrados nas órbitas.
A sua pele branca e suave estava marcada de feridas e vergões.
As suas faces tinham sulcos de lágrimas, lágrimas que queriam continuar a correr mas que já nem para isso tinham força...
Ela estava a sofrer, um sofrimento indizível...
Ele aproximou-se.
Nos seus olhos havia dor enquanto a contemplava, frágil, ferida e a sofrer.
Ajoelhou-se junto dela, segurou-lhe a mão acariciando-a.
Levemente a sua outra mão afastou-lhe os cabelos, limpou-lhe as lágrimas.
Num gesto de infinita ternura e respeito pousou-lhe os lábios numa mão, delicadamente.
Ajudou-a a levantar-se, alisou-lhe suavemente os restos do vestido.
Ela fitou-o, incrédula.
Ele sorriu e levou-a com ele.
Para quem ainda se lembra (e gostou!) de Prelúdio...
28 novembro 2005
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